
O secretário chefe da Casa Civil do Amazonas, Flávio Antony Cordeiro Filho, representa o governador do Estado, Wilson Lima (União Brasil), no Fórum Internacional IAMazonia, que acontece em Roma, na Itália, com o objetivo de debater soluções para justiça socioambiental, regeneração ecológica e mitigação das mudanças climáticas.
O evento tem início nesta terça-feira, 22, data escolhida pela Organização das Nações Unidas (ONU) como Dia Internacional da Mãe Terra. O dia é uma forma de lembrar a interdependência entre a humanidade e o planeta para promover a existência sustentável entre povos e floresta.
Em publicação nas redes sociais, Flávio Antony destacou a importância de o Amazonas estar no congresso e detalhou a participação dele no evento:
“Terei a oportunidade de palestrar sobre parcerias público-privadas e instrumentos jurídicos voltados ao desenvolvimento sustentável do Amazonas, uma missão que levo com muita responsabilidade e orgulho”, escreveu ele no Instagram.
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Em seu manifesto público, o IAMazonia informa que busca promover o diálogo entre representantes de governos, empresas, povos tradicionais, organizações da sociedade civil e especialistas em ecossistemas ambientais.
Com sede em Roma, o IAMAZONIA propõe uma abordagem global para questões locais, como o desmatamento, a perda da biodiversidade e os desafios enfrentados por comunidades tradicionais.
A troca de experiências e práticas inovadoras entre países e regiões é uma das principais marcas do fórum, que defende um novo modelo de economia sustentável com base na floresta em pé.
Com base no histórico da organização, a presença de representantes do Amazonas é estratégica, considerando que o estado concentra uma das maiores extensões de floresta tropical do mundo e desempenha um papel-chave na conservação ambiental global.
Realidade regional
O desmatamento, as queimadas, aliados às mudanças climáticas, estão entre as causas da alteração do regime hidrológico dos rios da Amazônia, que tem se tornado mais intenso nos últimos anos, levando à ocorrência de cheias e secas mais severas com menor intervalo de tempo.
Um exemplo foi a seca histórica de 2023, que causou a maior queda nos níveis dos rios já registrada na região. No Rio Negro, o nível da água no porto de Manaus chegou a 14,75m, o menor nível já registrado desde o começo da série histórica, em 1902.
De acordo com o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) Jochen Shöngart, somente nessas duas primeiras décadas do século 21 foram registrados nove eventos de cheias severas, o mesmo número registrado em todo o século passado.
Shöngart destacou ainda que o aumento da amplitude da cheia e da vazante na Amazônia apresentou uma variação de 1,6 metro. Isso faz com que os rios tanto sequem antes do esperado, quanto o contrário. Essa alteração traz impactos especialmente nas áreas de florestas alagadas, com grandes impactos para as atividades econômicas e também para as populações ribeirinhas da Amazônia, que dependem desses recursos para a sua sobrevivência.